Vamos entender:
Segundo a última previsão do Departamento de Operações da ESA, a reentrada da espaçonave ERS-2 (sigla para "segundo satélite europeu de teledetecção") seria às 12h41. A margem de erro era de 1h44min para mais ou para menos, segundo o relatório de monitoramento – e o evento se deu pouco mais de uma hora e meia depois do previsto.
Na noite de terça-feira (20), uma câmera do Centro de Observação da Terra da ESA localizada nos arredores de Roma capturou imagens do satélite passando sobre a área – veja aqui.
De acordo com a agência, o maior fragmento do satélite de mais de duas toneladas que podia chegar ao solo seria de cerca de 52 kg (peso médio de uma geladeira), e as chances de um pedaço cair na cabeça de alguém era de uma em um bilhão.
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O satélite ERS-2 foi lançado em 1995, com a função de coletar dados cruciais sobre mudanças climáticas e o meio ambiente. A espaçonave é equipada com uma variedade de instrumentos avançados, como radar de abertura sintética, altímetro de radar e sensores para medir temperatura da superfície oceânica e ventos marítimos – tendo proporcionado uma visão sem precedentes da Terra.
Além disso, sua capacidade de monitorar desastres naturais, como inundações e terremotos, foi fundamental para alertar e ajudar comunidades em todo o mundo em momentos críticos ao longo dos anos.
Com o término de sua vida útil em 2011, a ESA iniciou o processo de aposentadoria do ERS-2, preparando-o para seu último grande ato: a reentrada na atmosfera terrestre alcançada nesta tarde.
O legado do ERS-2 vai além dos dados que coletou. Ele pavimentou o caminho para o desenvolvimento de futuras missões espaciais, fornecendo tecnologias e conhecimentos essenciais para satélites meteorológicos, missões de pesquisa científica e outros programas de observação da Terra.
Seu radar, por exemplo, foi um precursor dos sistemas usados em missões como o satélite Copernicus Sentinel-1, enquanto seu altímetro de radar ajudou a influenciar o sensor da missão CryoSat Earth Explorer, crucial para mapear mudanças na espessura do gelo polar.
É importante reconhecer o papel vital desse satélite europeu desativado na ampliação de nosso entendimento sobre a Terra e as mudanças do planeta. Seu legado continuará a inspirar e informar futuras gerações de cientistas e pesquisadores, à medida que enfrentamos os desafios ambientais da atualidade.