Os efeitos das mudanças climáticas na Antártida não ficam isolados na região. Além do provável aumento do nível do mar, causado pelo derretimento das geleiras, o aumento das temperaturas causam um desequilíbrio ambiental importante, segundo um novo estudo.
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Os pesquisadores explicaram que, embora a maioria dos animais não tolere o frio da região, alguns micróbios e invertebrados prosperam nestas condições. Eles podem sobreviver a temperaturas extremas que matariam a maioria das outras formas de vida.
Imagens de satélite e medições realizadas pela equipe mostraram que o aquecimento repentino deixou diversas regiões molhadas pelo degelo, mesmo em um momento em que a terra está tipicamente seca.
Os animais que habitam a região investem uma quantidade significativa de energia na preparação para o inverno. Quando as coisas começam a esquentar no verão seguinte, eles usam essa energia armazenada para se tornarem ativos novamente.
Uma das principais preocupações com eventos climáticos incomuns é que essas espécies podem começar a usar muito mais energia, pensando que é verão, apenas para ter que desligar novamente dois dias depois. Mas quantas vezes eles podem passar por esse ciclo antes de esgotar suas reservas de energia?
Durante a pesquisa, os cientistas ainda observaram uma diminuição de 50% na população de Scottnema, uma lombriga adaptada a climas extremamente frios e secos. Estudos anteriores mostraram que esta espécie é responsável por cerca de 10% do carbono processado na região.
Já em relação aos tardígrados, a equipe descobriu que, em função da maior tolerância à umidade, estes animais acabam se proliferando mais rapidamente. De acordo com os pesquisadores, estas mudanças no tamanho das populações podem ter um grande impacto na cadeia alimentar do ecossistema e no ciclo de nutrientes de toda a Antártida.