Quando pensamos em ameaças à saúde humana, muitas vezes imaginamos vírus, bactérias ou até mesmo fungos. No entanto, os parasitas, seres que vivem à custa de outros organismos, também representam um perigo significativo. Alguns parasitas têm a capacidade de causar doenças graves, que podem se manifestar de diversas formas, desde sintomas leves até quadros potencialmente fatais.
Esses parasitas são transmitidos de várias maneiras, seja por alimentos contaminados, picadas de insetos ou contato direto com o solo ou água infectados. Conhecer os parasitas mais perigosos é essencial para entender como prevenir infecções e proteger a saúde.
Nesta lista, vamos explorar seis dos parasitas mais perigosos para os humanos, detalhando como eles afetam o organismo, suas formas de transmissão e os riscos associados. Preparado para saber mais sobre essas ameaças invisíveis que podem estar mais próximas do que imaginamos? Então continue a leitura!
O parasita Plasmodium falciparum é responsável pela forma mais grave de malária, uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. A transmissão ocorre por meio da picada de mosquitos infectados do gênero Anopheles, que injetam o parasita diretamente na corrente sanguínea. Uma vez no corpo, o Plasmodium ataca os glóbulos vermelhos, causando febres altas, calafrios, dores de cabeça intensas, anemia e, em casos graves, complicações como insuficiência renal, coma e morte.
O grande perigo do Plasmodium falciparum está em sua capacidade de desenvolver resistência a medicamentos, tornando o tratamento cada vez mais difícil. Além disso, a rapidez com que a doença pode evoluir de sintomas leves para quadros graves faz com que a malária seja uma das principais causas de mortalidade em várias regiões endêmicas, especialmente na África Subsaariana.
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O Toxoplasma gondii é um parasita protozoário que pode infectar quase todos os animais de sangue quente, incluindo humanos. A toxoplasmose, a doença causada por esse parasita, é geralmente adquirida por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, ou pelo contato com fezes de gatos infectados, os hospedeiros definitivos do parasita. Em indivíduos com o sistema imunológico saudável, a infecção geralmente é assintomática ou se apresenta de forma leve, com sintomas parecidos aos de uma gripe.
No entanto, para gestantes e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV/AIDS, o Toxoplasma gondii pode representar um risco grave. Em grávidas, a infecção pode ser transmitida ao feto, causando abortos, malformações congênitas e problemas neurológicos graves. Em imunossuprimidos, o parasita pode reativar infecções latentes, resultando em encefalite, uma condição potencialmente fatal.
A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma enfermidade tropical negligenciada que afeta principalmente as Américas. A transmissão ocorre principalmente através das fezes de insetos conhecidos como “barbeiros”, que se alimentam de sangue humano e depositam o parasita na pele durante a picada. Outras formas de transmissão incluem transfusões de sangue contaminado, transplantes de órgãos e transmissão de mãe para filho durante a gravidez.
A doença de Chagas é dividida em duas fases: a aguda e a crônica. Na fase aguda, os sintomas podem incluir febre, fadiga, erupções cutâneas e inchaço nos olhos. A fase crônica, que pode se manifestar anos após a infecção inicial, é a mais perigosa, podendo causar insuficiência cardíaca, dilatação do esôfago e cólon, e até a morte. Estima-se que milhões de pessoas em toda a América Latina estejam infectadas com o Trypanosoma cruzi, muitas sem saber.
As espécies do gênero Leishmania são responsáveis pela leishmaniose, uma doença parasitária transmitida pela picada de flebotomíneos infectados, pequenos insetos conhecidos como “mosquitos-palha”. Existem diferentes formas de leishmaniose, sendo as principais a leishmaniose cutânea, que causa úlceras na pele, e a leishmaniose visceral, que afeta órgãos internos, como o fígado e o baço.
A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é a forma mais grave da doença e pode ser fatal se não tratada. Os sintomas incluem febre prolongada, perda de peso, anemia e aumento do fígado e do baço. A infecção é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, mas também pode ocorrer em áreas temperadas, especialmente em condições de pobreza e desnutrição, onde o acesso a cuidados de saúde é limitado.
O Echinococcus granulosus é um pequeno verme parasita que causa a equinococose, uma doença zoonótica que pode ser extremamente debilitante e até fatal. O parasita é transmitido principalmente por meio do contato com cães infectados ou pela ingestão de alimentos contaminados com os ovos do parasita. Após a infecção, os ovos eclodem no intestino humano e liberam larvas que migram para vários órgãos, formando cistos.
Esses cistos, que podem crescer em tamanho e número ao longo dos anos, causam danos ao órgão afetado, sendo o fígado e os pulmões os locais mais comuns de infecção. Quando os cistos rompem, podem causar reações alérgicas severas e até choque anafilático. A remoção cirúrgica dos cistos é muitas vezes necessária, tornando o tratamento complexo e arriscado. Em áreas rurais, onde o contato com animais de criação e cães é mais frequente, a equinococose representa um perigo significativo para a saúde pública.
Os parasitas do gênero Schistosoma causam a esquistossomose, também conhecida como bilharzíase, uma das doenças parasitárias mais prevalentes no mundo, especialmente em áreas com saneamento básico precário. A infecção ocorre quando as larvas do parasita, liberadas em corpos d’água doce por caramujos infectados, penetram na pele humana durante o contato com a água contaminada.
Os sintomas da esquistossomose podem variar desde coceiras e erupções cutâneas até problemas mais graves, como dor abdominal, diarreia, sangue nas fezes ou urina, e, em casos crônicos, danos aos órgãos internos, especialmente o fígado e o sistema urinário. Em regiões onde a doença é endêmica, a esquistossomose causa grande impacto na qualidade de vida das populações afetadas, com milhões de pessoas sofrendo com as complicações crônicas da infecção.