A ilha de Rapa Nui, também conhecida como Ilha de Páscoa, intriga historiadores há décadas. Por anos, pesquisadores defenderam que os habitantes teriam acabado com as florestas, plantas e animais ao longo dos séculos, causando o colapso total da sociedade que vivia na região. No entanto, um novo estudo descartou esta hipótese.
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O novo estudo, publicado na revista Nature, aponta que os antigos povos de Rapa Nui não estavam totalmente isolados em sua ilha. Além disso, eles não teriam acabado com todos os recursos da região.
Em vez disso, dados genéticos antigos sugerem que a ilha já foi o lar de uma pequena população entre 1.500 e 3.000 indivíduos, que estavam cruzando com populações que tinham ascendência polinésia e indígena americana muito antes de os europeus chegarem a qualquer uma das regiões.
A análise genética indica que a civilização de Rapanui estava crescendo até a década de 1860, quando os ataques de escravos peruanos e as subsequentes epidemias trazidas pela atividade colonial europeia dizimaram a população da ilha para cerca de 110 indivíduos.
As conclusões são baseadas na análise dos restos mortais de 15 indivíduos antigos de Rapa Nui, cujos ossos e dentes foram desenterrados pelos europeus da ilha nos séculos XIX e XX e levados para vários museus de Paris, na França.
Todos estes habitantes antigos tinham cerca de 90% de ancestralidade semelhante à Polinésia. Seus genes também carregavam cerca de 10% de “mistura” indígena americana, um evento de cruzamento que provavelmente ocorreu entre 1250 e 1430. Dessa forma, os pesquisadores concluíram que não havia nenhuma ancestralidade europeia na antiga Rapanui.
Hoje, as populações Rapanui e Polinésia também carregam um componente indígena americano, que estudos sugerem que foi misturad em algum momento entre 1150 e 1495. Isso indica que os marinheiros polinésios chegaram às Américas e Rapa Nui antes dos europeus.