O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte, finalmente está pronto para lançar o foguete VS30 nesta sexta-feira (29), em um teste que deve transformar o local em um novo ponto de lançamentos no Brasil.
O lançamento é da Força Aérea Brasileira (FAB), que pretende expandir as opções do Brasil, já que o tradicional Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, está com 85% de sua capacidade reservada para 2025, o que criou a necessidade do uso de um novo local.
Segundo a FAB, o lançamento deve ocorrer entre às 12h e às 13h, no horário de Brasília. O local não é aberto ao público.
Com foco em monitorar e acompanhar foguetes e satélites em voo, o CLBI coleta dados sobre trajetória, desempenho e funcionamento de veículos e cargas úteis. O lançamento reativará a capacidade do centro de atuar em missões suborbitais.
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O foguete lançado nesta sexta será um teste com o VS30. Segundo a descrição, o modelo, de oito metros de comprimento e quase uma tonelada de combustível sólido, será utilizado para treinar a equipe do CLBI, assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade. "Dessa forma, espera-se que o foguete cumpra a trajetória, dentro da dispersão prevista, e que os sistemas de telemetria e resposta radar funcionem corretamente durante todo o voo", diz a FAB.
Neste teste, a carga levada pelo foguete é bem especial e consiste em centenas de cartas escritas por estudantes de escolas públicas. No material, estão os sonhos e planos dos adolescentes. Após o lançamento, as cartas irão para o Oceano Atlântico com o foguete.
Mas isso é só o começo, em 2025 o CLBI vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Essa parte é composta por um compartimento para experimentos e diversos sistemas eletrônicos que interagem com a carga útil.
De acordo com a FAB, o VS-30 é um foguete de sondagem, monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. É composto por um estágio propulsivo, com quase uma tonelada de combustível sólido, e, ainda, pela plataforma suborbital de microgravidade (PSM). O veículo de sondagem, que foi projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.