O governo federal, o governo do estado de São Paulo e a prefeitura da capital paulista assinaram, nesta sexta-feira (29), contratos para garantir o financiamento de obras pĂșblicas de transporte e infraestrutura com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os investimentos passam de R$ 10 bilhões e vão ajudar a custear obras de metrô, do Rodoanel, de um trem que ligarĂĄ a cidade de São Paulo a Campinas e a compra de ônibus elĂ©tricos para a capital paulista.
Em uma cena que poderia ser considerada banal atĂ© alguns anos atrĂĄs, mas que ganhou novos contornos após a passagem de Jair Bolsonaro (PL) pela presidĂȘncia da RepĂșblica, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT); o governador de São Paulo, TarcĂsio de Freitas (Republicanos); e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), posaram juntos na assinatura dos contratos.
Lula não discursou. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que foi governador de São Paulo, foi escalado para falar em nome do governo federal e celebrou a democracia.
"Como Ă© bonita a democracia! Depois das eleições, os entes federados estão juntos, trabalhando para alcançar o interesse pĂșblico e o bem comum", disse.
O vice-presidente, que tambĂ©m foi prefeito de Pindamonhangaba (SP) de 1977 a 1982, lembrou que estava no cargo no "perĂodo triste" da ditadura no Brasil.
"Me lembro de uma reunião em Paraibuna [cidade do interior paulista] com a presença do então presidente da RepĂșblica, que a cor do meu crachĂĄ era diferente. As pessoas eram separadas. Só tinha reunião com o governo federal quem fosse do partido do presidente. Triste perĂodo jĂĄ superado", cutucou.
Nunes e TarcĂsio, que se tornaram aliados próximos, especialmente após o apoio do governador ao prefeito na Ășltima campanha eleitoral da capital paulista, falaram em tom respeitoso e demonstraram gratidão ao governo federal e ao banco pĂșblico.
"Ă um grande avanço, superimportante. Eu agradeço em nome da cidade de São Paulo. Que a gente possa ter mais momentos como este, para o bem de todos em nossa cidade, nosso estado e nosso paĂs", disse o prefeito.
TarcĂsio celebrou "a relevância do Programa de Aceleração do Crescimento" (PAC, programa do governo Lula) e a importância do papel do BNDES, que, nas palavras do governador, "foi, Ă© e sempre serĂĄ esse grande vetor de desenvolvimento". "Fica registrado nosso agradecimento e nossa esperança de que um futuro para a infraestrutura do Brasil estĂĄ se desenhando", disse o governador, que chefiou o MinistĂ©rio da Infraestrutura na presidĂȘncia de Jair Bolsonaro (PL).
Os contratos
Os contratos assinados nesta sexta-feira garantem que o BNDES vai financiar parte da ampliação da Linha 2 Verde do Metrô de São Paulo. O projeto prevĂȘ uma extensão da linha por mais 8,2 km, com oito novas estações. O banco pĂșblico vai custear a compra de novos trens, produzidos no Brasil. A previsão de conclusão da ampliação Ă© 2028.
Foi definido, tambĂ©m, o financiamento de obras do trecho norte do Rodoanel MĂĄrio Covas, que interliga as 12 rodovias que cortam a Região Metropolitana de São Paulo e participação no custeio do trem intercidades, linha fĂ©rrea que deve conectar as cidades de São Paulo e Campinas.
O contrato com a capital paulista prevĂȘ o financiamento, por parte do BNDES, para compra de 1.300 ônibus elĂ©tricos para a frota do transporte pĂșblico na cidade. Os veĂculos serão fabricados no paĂs.