As administrações regionais são um dos pilares da política do Distrito Federal. Esses órgãos públicos funcionam como a extensão do Palácio do Buriti nas cidades, exercendo papel crucial na conexão entre governo e comunidades locais. Apesar de terem sido esvaziadas durante o governo de Rodrigo Rollemberg, sua relevância permanece incontestável, especialmente em um ano pré-eleitoral como 2025.
É nesse cenário que os administradores regionais se tornam protagonistas e, ao mesmo tempo, fontes de desafios para os bastidores políticos. Afinal, suas nomeações estão profundamente entrelaçadas com a dinâmica do poder legislativo local, já que grande parte deles é indicada por deputados distritais. Vamos aos atos dessa complexa engrenagem política:
Primeiro ato: A relação padrinho-afilhado*
A indicação de administradores regionais pelos deputados distritais pretende criar uma via de mão dupla. O administrador deve representar o padrinho político nas comunidades, levando sua marca e construindo uma base de apoio. Porém, quando essa relação não funciona como planejado, os resultados podem ser desastrosos. Há casos em que administradores mal preparados ou desastrosos, no popular "incompetentes", acabam minando as chances de reeleição de seus próprios padrinhos.
Segundo ato: A mosca azul da ambição
Um cenário mais delicado surge quando o administrador começa a enxergar sua própria oportunidade política. Após ganhar projeção local, alguns deixam de lado a lealdade ao padrinho e decidem lançar-se candidatos. Embora nosso passarinho não tenha identificado administradores com essa ousadia atualmente, essa possibilidade nunca pode ser descartada em um ambiente tão dinâmico quanto o da política.
Último ato: A tensão e o jogo da permanência
Mesmo quando há insatisfação com os administradores, os padrinhos políticos muitas vezes preferem mantê-los em seus cargos. Isso ocorre para evitar a percepção de instabilidade administrativa ou alimentar rumores de "dança das cadeiras". Além disso, compromissos políticos tornam difícil substituir administradores sem gerar atritos. Nesse jogo, o governador Ibaneis Rocha segura a caneta, atento para agir apenas em casos de desvio ou quebra de alinhamento político.
O papel estratégico das administrações regionais
As administrações regionais, além de cumprirem funções administrativas, são peças-chave no tabuleiro político do DF. Elas servem como termômetro para medir a relação entre governo, deputados e comunidades. Em 2025, o que está em jogo não é apenas a entrega de resultados locais, mas também o alinhamento estratégico que poderá determinar o sucesso ou o fracasso de projetos políticos maiores.
Moral da História
"Na política, cada escolha é uma aposta e cada aliado, um teste de confiança."