Há algo de profundamente tragicômico na tentativa de políticos analógicos de se reinventarem como fenômenos digitais. No Distrito Federal e no Brasil, esse fenômeno é visível a olho nu. Políticos que confiavam até ontem no corpo a corpo dos cafezinhos e dos bastidores agora fazem malabarismos em frente a câmeras, tentando viralizar. É uma corrida contra o tempo que revela, mais do que uma mudança de estratégia, uma crise existencial.
Como já se diz nos bastidores: "Um bom projeto político não se constrói com cliques, mas com compromisso". Muitos, porém, parecem acreditar que um meme bem-sucedido pode substituir anos de articulação.
Quando o engajamento se torna o único projeto
O afã de viralizar nas redes não é um problema isolado. No Brasil, o cenário político é uma vitrine de tentativas desajeitadas de adaptação. Candidatos sem propostas claras apostam em vídeos performáticos e gestos exagerados para atrair cliques. Mas como dizem por aí: "Quando o conteúdo é raso, até o algoritmo cansa".
Em um contexto como o do DF, onde a política local precisa equilibrar articulação nos bastidores e comunicação pública, essa corrida por engajamento digital é ainda mais arriscada. Um político pode ser rapidamente transformado em piada de grupo de WhatsApp caso o teatro digital saia do controle. O problema não é estar nas redes, mas estar perdido nelas.
A troca do discurso pela pantomima
Na política, quem não tem um propósito claro acaba sendo tragado pela necessidade de desempenho. "Quem fala demais, entrega que tem pouco a dizer", brincam os observadores do jogo político. E o que se vê é justamente isso: a substituição do discurso sólido por um espetáculo superficial.
Políticos que apostam apenas em likes e memes esquecem que "eleitor não é seguidor". O público quer mais do que diversão momentânea – ele quer lideranças que entendam suas necessidades e ofereçam soluções. E é aí que muitos se perdem no labirinto da política instantânea.
O perigo da política imediatista
Decisões políticas moldadas por modismos digitais não costumam resistir ao tempo. "Quem vive de tendências, morre esquecido pela próxima atualização", já diz uma velha máxima da comunicação digital. No DF, a pressão para se manter relevante nas redes é constante, mas a política de verdade é feita de projetos de longo prazo e articulações sólidas.
Se as redes são hoje o palco da política, é preciso lembrar que todo espetáculo tem um fim. "Quando as luzes se apagam, quem tem estrutura sobrevive".
A reinvenção que realmente importa
Ignorar o poder das redes sociais seria um erro estratégico. Mas reinventar-se não é sinônimo de teatralizar. "A política digital de sucesso não precisa ser um show; precisa ser uma ponte", dizem estrategistas modernos. O verdadeiro político digital será aquele que usa as plataformas para informar e dialogar, e não para criar personagens descartáveis.
A essência da política é o compromisso com o povo. E no fim das contas, "ideias sólidas sempre vencem vídeos engraçados". Quem compreender isso estará preparado para o futuro político.
Entre a tragédia e a esperança
O cenário político no DF e no Brasil é uma mistura de tragédia e comédia, mas também de oportunidades. A comunicação digital oferece possibilidades inéditas de engajamento direto, mas só resistirá quem souber unir consistência e conexão.
A verdadeira reinvenção é aquela que transforma a comunicação digital em uma ferramenta de aproximação, e não em um palco vazio. "Quem se leva a sério demais na internet, perde a chance de ser levado a sério na realidade". O jogo está em andamento... e quem souber equilibrar imagem e substância terá a vantagem.