Dados recentes indicam que aproximadamente 23,7% das pessoas com 60 anos ou mais consomem álcool regularmente, e cerca de 6,7% praticam o consumo abusivo, ingerindo várias doses em uma única ocasião. Além disso, 3,8% dos idosos consomem entre 7 e 14 doses semanais, quantidades que podem colocar sua saúde em risco.
Com o envelhecimento, o corpo humano passa por alterações fisiológicas que reduzem a tolerância ao álcool. Mudanças na metabolização hepática, na função renal e na composição corporal aumentam a suscetibilidade dos idosos aos efeitos adversos do álcool. Consequentemente, o consumo nessa faixa etária pode resultar em déficits cognitivos, prejuízos no comportamento, aumento de comorbidades e maior risco de quedas e lesões.
Entre 2010 e 2019, observou-se um aumento anual de 1,09% nas internações atribuíveis ao álcool entre idosos, que representam 34% dessas internações, a maior parcela entre todas as faixas etárias. Notavelmente, as mulheres idosas apresentaram um aumento de 2,85% no consumo abusivo de bebidas alcoólicas durante o mesmo período, e as internações relacionadas ao álcool nesse grupo foram o dobro do índice observado na população geral acima de 55 anos.
O consumo excessivo de álcool também está associado ao aumento do risco de demência e outras doenças neurodegenerativas. Estudos indicam que a ingestão crônica de álcool pode alterar circuitos neurais, afetando funções como planejamento motor, coordenação, equilíbrio e cognição.
Diante desse cenário, é fundamental que profissionais de saúde estejam atentos ao consumo de álcool entre idosos, promovendo intervenções preventivas e terapêuticas adequadas.
A conscientização sobre os riscos associados e a implementação de estratégias de redução de consumo podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dessa população. Outro aspecto preocupante é a interação entre o álcool e medicamentos. Como muitos idosos fazem uso regular de fármacos para controle de doenças crônicas, o consumo de bebidas alcoólicas pode potencializar efeitos colaterais e comprometer a eficácia dos tratamentos. Remédios comumente prescritos para hipertensão, diabetes, depressão e insônia podem ter seus efeitos alterados, aumentando o risco de reações adversas graves.
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Previsão do Tempo 
Por Chrystian Roberto - @chrisroberto
