Robô minúsculo explora o ponto mais profundo dos oceanos
Cientistas da Universidade Beihang, na China, desenvolveram um pequeno robô para exploração das profundezas oceânicas.
Por Meu Quadradinho 20/03/2025 às 18:07:46 - Atualizado há
Cientistas da Universidade Beihang, na China, desenvolveram um pequeno robô para exploração das profundezas oceânicas. Em um feito inédito, o dispositivo foi testado com sucesso na Fossa das Marianas, a região mais profunda do oceano na Terra, localizada no Pacífico. Durante o experimento, o robô demonstrou a capacidade de nadar, rastejar e planar de forma autônoma a uma profundidade de 10.600 metros.
Além do robô, os pesquisadores também desenvolveram um gripador macio, que pode ser acoplado a um robô rígido. Esse mecanismo foi testado no Mar da China Meridional, onde foi enviado a 3.400 metros de profundidade para coletar pequenos organismos marinhos, como estrelas-do-mar e ouriços, diretamente do leito oceânico.
Ilustração da Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos (Imagem: Oliver Denker / Shutterstock.com)
Desafios da exploração das profundezas
Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta pelos oceanos, mas apenas uma pequena fração dessas regiões foi explorada.
Isso se deve às condições extremas do fundo do mar, incluindo temperaturas extremamente baixas, escuridão permanente e uma pressão esmagadora.
Com os avanços tecnológicos, esses desafios estão sendo superados.
As atuais embarcações de exploração profunda, que geralmente contam com tripulação humana, podem interferir nos ecossistemas que pretendem estudar.
O novo robô da Universidade Beihang surge como uma alternativa que minimiza esse impacto.
Como funciona o robô subaquático
O diferencial do robô está em sua capacidade de alternar entre diferentes modos de locomoção. Ele conta com barbatanas traseiras para nadar, conjunto de pernas para rastejar e nadadeiras peitorais dobráveis que permitem planar. Esses elementos armazenam energia elástica em altas pressões, facilitando deslocamentos mais rápidos em grandes profundidades.
Quando o robô muda a posição de suas pernas, ele alterna automaticamente entre diferentes tipos de movimento. Esse mecanismo inovador permite que o dispositivo se adapte às condições do ambiente subaquático, promovendo uma exploração mais eficiente.
Coleta em grandes profundezas com uma garra de metamaterial (Imagem: Fei Pan et al. / Science Robotics)
O futuro da exploração marinha
Nos últimos anos, robôs de exploração marinha ajudaram a revelar maravilhas inexploradas do oceano. Em 2024, por exemplo, o Instituto Schmidt para Oceanos registrou uma migração massiva de caranguejos, um verme marinho psicodélico brilhante e possíveis 60 novas espécies nas águas do Chile.
Com os resultados promissores dos testes realizados na Fossa das Marianas e no Mar da China Meridional, os cientistas da Universidade Beihang esperam que essas pequenas máquinas contribuam para ampliar o conhecimento sobre os ambientes de grande profundidade e a vida exótica que habita essas regiões ainda misteriosas.
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