Trump culpa Putin, Zelenski e Biden por 'milhões de mortes' na Ucrânia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em nova declaração controversa sobre a Guerra da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou nesta segunda-feira (14) os seus homólogos ucraniano e russo, Volodimir Zelenski e Vladimir Putin, respectivamente, além de seu antecessor na Casa Branca, Joe Biden, pelo conflito em curso, sem muita distinção entre agressores e agredidos.

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14/04/2025 às 21:17:39 - Atualizado há

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em nova declaração controversa sobre a Guerra da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou nesta segunda-feira (14) os seus homólogos ucraniano e russo, Volodimir Zelenski e Vladimir Putin, respectivamente, além de seu antecessor na Casa Branca, Joe Biden, pelo conflito em curso, sem muita distinção entre agressores e agredidos.

Como de praxe, o republicano exagerou em suas declarações. Ele acusou os três de serem responsáveis pela morte de "milhões de pessoas", número acima do apontado por especialistas. Não há estimativa oficial do total de óbitos no conflito, mas a partir de declarações feitas por autoridades de Moscou e Kiev, é mais correto pressupor que o total está na casa das dezenas de milhares.

"Putin como [responsável] número um. Biden, que não tinha ideia do que estava fazendo, como número dois, e Zelenski", afirmou Trump na Casa Branca, em Washington, durante reunião com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ao atribuir responsabilidades no conflito.

Trump tem sido criticado por seus posicionamentos relacionados à guerra, que com frequência são alinhados aos objetivos de Putin. O republicano ainda tem relacionamento conturbado com Zelenski. Em fevereiro, eles bateram boca sobre os rumos do conflito, numa cena nunca vista em público no Salão Oval da Casa Branca, e não assinaram acordos que estavam sendo costurados.

O caso foi considerado um desastre para Kiev e jogou fora o esforço de líderes europeus de aproximar os presidentes dias depois de Trump ter chamado Zelenski de ditador. Críticos do americano afirmam que a reunião não passou de uma "emboscada planejada" para o ucraniano.

Nesta segunda, Trump insinuou que Zelenski não tem interesse em alcançar a paz. "Ele está sempre querendo comprar mísseis", afirmou, num tom depreciativo. "Quando você começa uma guerra, você precisa ter certeza de que pode vencer a guerra. Você não começa uma guerra contra alguém que é 20 vezes maior e depois espera que as pessoas lhe deem alguns mísseis", continuou Trump.

A Guerra da Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, iniciando a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra (1939 - 1945).

As relações entre Trump e Zelenski têm sido tensas desde que o presidente dos EUA surpreendeu a todos ao abrir negociações bilaterais com a Rússia, em fevereiro. Desde então, Zelenski tem tentado se aproximar do republicano. Na semana passada, por exemplo, ele enviou uma delegação a Washington para discutir um acordo que daria aos EUA acesso aos recursos naturais ucranianos.

O governo Trump pede a devolução do que diz serem US$ 350 bilhões dados em apoio a Kiev nos três anos da guerra, no escopo do novo acordo conjunto de exploração mineral do subsolo do país.

Os termos irritam os negociadores ucranianos. Zelenski já havia dito que não "venderia o país" e que considerava o valor empregado pelos aliados uma doação, não uma dívida. As contas de Trump de novo parecem infladas, dado que análises independentes colocam em cerca de US$ 120 bilhões o apoio americano, 56% disso em armas.

Enquanto isso, as negociações para um acordo de cessar-fogo amplo continuam travadas. Neste domingo (13), as forças russas fizeram um dos mais mortíferos ataques contra civis, matando ao menos 34 pessoas em Sumi, capital da província homônima no nordeste do país invadido pelas forças de Putin.

Nesta segunda, Trump também subiu o tom em relação ao Irã. O presidente americano voltou a ameaçar Teerã caso o país não abra mão, nas palavras do republicano, do "sonho de ter armas nucleares".

Representantes dos EUA e do Irã fizeram no sábado (12) a primeira reunião de alto nível entre os países sobre o programa nuclear de Teerã em anos. Uma segunda rodada de diálogos será realizada em Muscat, no Omã, informou nesta segunda a agência de notícias estatal iraniana Irna, sem dar mais detalhes.

O objetivo americano é o de evitar que os aiatolás desenvolvam a bomba atômica. Já Teerã quer o fim das sanções econômicas que a estrangulam. "O Irã precisa se livrar do conceito de arma nuclear. Eles não podem ter uma arma nuclear", disse Trump nesta segunda.

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