Quem foram os Povos do Mar? Grupo aterrorizou na Era do Bronze

Durante a Era do Bronze, exércitos vindos do Mar Mediterrâneo lutaram contra diversas civilizações e ficaram conhecidos na História como os Povos do Mar.

Foto de Meu Quadradinho Por Meu Quadradinho
10/05/2025 às 06:16:58 - Atualizado há

Durante a Era do Bronze, exércitos vindos do Mar Mediterrâneo lutaram contra diversas civilizações e ficaram conhecidos na História como os Povos do Mar. Segundo artefatos, eles invadiram a Anatólia Oriental, Síria, Palestina, Chipre e Egito, destruindo grandes impérios em suas batalhas.

Entender esses povos é um desafio para os historiadores. Eles não deixaram herança material nem documentos inscritos. Isso faz de sua origem, cultura, política e existência, um mistério.

A Enciclopédia de História Mundial explica que a comunidade cientifica já fez diversas hipóteses sobre quem seriam essas populações. Dentre as possibilidades, estão os Etruscos, Filisteus, Aqueus e Minoicos, civilizações conhecidas por sua presença marítima. Porém, enquanto os pesquisadores não encontrarem outras fontes, as alegações permanecem meras sugestões.

O principal registro da existência desses grupos é um conjunto de textos e ilustrações no templo mortuário do faraó Ramsés III. Os desenhos representam um conflito entre um exército de arqueiros egípcios e uma multidão vinda do mar empunhando lanças. Historiadores se debruçaram sobre o artefato e compilaram a história do notável embate.

Os Povos do Mar são retratados na tumba de Ramsés III como guerreiros que adentraram o Nilo com barcos. (Imagem: TYalaA / Wikimedia Commons)

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A grande batalha contra os Povos do Mar

Em 1180 a.C., invasores destruíram o centro comercial de Cades e seguiram para o Egito. Seus ataques vieram da costa e avançaram até o Delta do Nilo, onde o exército egípcio travou um embate e os derrotou em uma primeira batalha, segundo a Enciclopédia de História Mundial.

Anos depois, os Povos do Mar retornaram mais fortes em uma nova invasão. Os escritos na tumba de Ramsés III descrevem a chegada dos adversários: "Eles impuseram suas mãos sobre as terras até o contorno da Terra, seus corações estavam conflitantes e confiantes enquanto diziam: 'Nossos planos darão certo'".

O faraó evitou uma batalha em campo e seguiu uma estratégia mais cautelosa nesse novo conflito. Seu exército armou emboscadas na costa do Nilo e os arqueiros se posicionaram ao longo do trajeto para atacar os navios adversários. Assim que as tripulações eram derrotadas, os egípcios queimavam as embarcações com flechas flamejantes.

As tropas que restaram travaram uma batalha na cidade de Xois. Ramsés III e seus soldados saíram vencedores, derrotando os Povos do Mar. Os registros egípcios relatam uma vitória gloriosa, na qual alguns invasores foram mortos e outros capturados, sendo forçados a se juntar ao exército do Egito ou serem vendidos como escravos.

Apesar da vitória, a batalha drenou muito do Tesouro Real, o que resultou em grande desemprego na época. Historiadores acreditam que esse e outros danos deixados pelos invasores podem ter contribuído para o colapso do Novo Império do Egito (1551 – 1080 a.C) cerca de alguns séculos depois.

Ilustração mostra Ramsés III conduzindo prisioneiros dos Povos do Mar diante dos deuses Amon e Mut.
Ilustração mostra Ramsés III conduzindo prisioneiros dos Povos do Mar diante dos deuses Amon e Mut. (Imagem: Carl Richard Lepsius / Wikimedia Commons)

Artefato na Síria reforça a história

Uma tábua com escrita cuneiforme encontrada na Síria também descreve os Povos do Mar. Segundo o artefato, as tropas marítimas teriam invadido e demolido o reino de Ugarit, na Mesopotâmia.

Pesquisadores dataram diversos artefatos ligados a uma batalha da Era do Bronze na região em que os eventos registrados no bloco de argila podem ter se passado. O estudo sugere que o conflito tenha ocorrido por volta de 1190 a.C., o que completa a história escrita pelos egípcios de que um exército vindo do mar acumulou uma série de vitórias antes de enfrentá-los.

Embora os Povos do Mar ainda sejam uma nota no rodapé da história, eles continuam a intrigar os pesquisadores, que pretendem seguir estudando essas populações. "A verdadeira identidade dos Povos do Mar continua sendo um mistério e os seres humanos sempre foram, e continuarão sendo, atraídos pelo misterioso", concluiu a Enciclopédia de História Mundial.

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